Saiba por que executivos do alto escalão necessitam ter estratégias digitais para que as ações implementadas na empresa possam gerar melhores resultados.

Quando falamos em transformação digital em uma companhia, logo vem à mente a imagem do CTO. No entanto, atualmente, é cada vez mais comum a participação de outros membros da empresa.

Afinal, para uma real transformação digital, é necessário mudar a cultura organizacional – e, para tal, o envolvimento de todos os executivos é de fundamental importância.

A transição precisa começar de cima para baixo. “A participação do CEO é essencial, porque dele se origina as decisões que precisam ser tomadas quase sempre em tempo real”, diz Roberto Alonso, professor de marketing da Fundação Instituto de Administração (FIA).

Mais chances de sucesso

Segundo a consultoria americana McKinseyquando há engajamento de líderes em ações de transformação digital, as chances de êxito aumentam em 1,5 vezes.

Projetos digitais precisam do envolvimento do C-Level

Roberto Alonso, professor de marketing da Fundação Instituto de Administração (FIA). Foto: divulgação

Já quando há envolvimento de pessoas em funções específicas de transformação, o ganho é 1,7 vezes superior. Para Roberto Alonso, a empresa, como um todo, precisa absorver o mindset digital.

“Para a transformação digital ocorrer é necessário compartilhar entendimento, ter o compromisso da alta gestão no sentido de auxiliar no planejamento e implementar ações que envolvem agilidade, conectividade, interação e uso de dados, para possibilitar levar a informação correta à pessoa certa, no tempo adequado e com objetivo definido”, afirma.

CEO: torne sua empresa mais competitiva

Que tal inserir novas estratégias digitais? De acordo com Alonso, os executivos precisam traçar planos que contemplem objetivos e prazos determinados, observando suas vocações, missão como empresa e recursos, sem deixar de lado as tendências para seu mercado de atuação.

O empresário deve, ainda, buscar fazer previsões e diagnósticos no sentido de implementar políticas, processos e adoção de novas tecnologias, ressalta Alonso.

Fazer benchmarking, ou seja, buscar referências, também é de grande valia neste processo. “Desenvolver competências é fundamental. Equipes alinhadas com as estratégias e antenadas com o mercado, com conhecimento e técnicas atualizadas, fazem toda a diferença”, analisa.

Empresas bem-sucedidas se esforçam para que suas organizações tenham um mindset digital. E a participação do CEO é fundamental para servir de exemplo para outras áreas.

Ponto de partida digital

Num momento de disrupção no mundo, o grande desafio para líderes de companhias tradicionais é saber como se reinventar e adaptar seus negócios antes que seja tarde demais. Para simplificar a compreensão dos executivos na era digital, a empresa de tecnologia suíça Strategyzer criou uma espécie de guia de como eles devem inovar para chegar ao sucesso.

O estudo “Business Model Evolution Using the Portfolio Map” (em português, a evolução do modelo de negócio usando o mapa do portfólio), apresentado neste vídeo, recomenda que as empresas separem seus projetos em dois portfólios diferentes, a fim de ter um panorama geral do processo e um mapa mais amplo da assertividade de cada iniciativa.

O primeiro deles diz respeito à explorar e descobrir. Projetos que estão em fase inicial tem foco em crescimento, filosofia voltada para o estilo venture capital, cultura e processos destinados à pesquisa, experimentação e falhas. É importante contar com profissionais que tenham capacidade de explorar, reconhecer padrões e uma visão global do negócio. Este mapa é muito parecido com processos vistos em startups.

Já o segundo é voltado à explorar e aproveitar. São iniciativas que já estão na fase de execução e melhoria. Nesse degrau, o foco é a eficiência (redução de custos e despesas) e a filosofia de investimento é mais parecida com a de mercado de ações. Além disso, os processos de execução visam a escalabilidade. Aqui, errar não é mais uma opção.

Portfolio evolution

Colocar essas etapas em prática, no entanto, não é uma das tarefas mais fáceis para os líderes atualmente, uma vez que muitas empresas têm dificuldade em inovar. Soma-se a isso, o fato de tratar iniciativas inovadoras como se fossem projetos maduros, prontos para execução, esquecendo que é necessário passar pela fase de testes e experimentação para, assim, validar uma proposta de valor escalável para o mercado.

O atual cenário de negócios exige a reinvenção constante, pois novos serviços e produtos surgem e expiram a todo momento. A inovação não para e, portanto, é preciso olhar para frente, mas explorando e aprimorando os modelos presentes.

Em tempos atuais, estimular o uso de tecnologias, aliando criatividade e inovação, tem que encabeçar a lista de prioridades do empresário. Essa é a transformação que vai garantir o sucesso.