Empresa brasileira de autopeças acelera sua atuação no mercado digital, aderindo soluções tecnológicas para atrair mais varejistas e mecânicos para a rede

* Matéria feita em parceria com o Canal da Peça

O termo transformação digital nunca esteve tão em alta no mundo, sobretudo, no mercado automotivo. As indústrias de autopeças estão andando no mesmo ritmo das montadoras e fazendo uma verdadeira revolução no setor.

Cláudio Doerzbacher, CEO da Gauss, resume bem o motivo que tem levado as indústrias para a era digital. “A tecnologia está conectando todo mundo. As pessoas não vivem mais longe dela: seja para informação, comunicação ou compra. No nosso setor não é diferente.”

A Gauss, que recém completou 20 anos, já caminha nessa direção. “Os eletricistas e os mecânicos estão utilizando a web para procurar e propagar informação sobre seu dia a dia, além de buscar e comprar peças. É impossível não estarmos no mesmo ambiente”, diz.

Portfólio na ponta dos dedos

Criada para atender o mercado de reposição de reguladores de voltagem e placas retificadoras, a Gauss viu seu portfólio crescer drasticamente em duas décadas. Em 1997, quando entrou no mercado, apenas cinco itens faziam parte de seu portfólio.

Hoje, são 1,7 mil distribuídos em 24 linhas de atuação. Atualmente, todos eles podem ser consultados na web. Por trás da digitalização está nossa plataforma, a CWS.

“A Gauss mantém atualizada sua linha de produtos no Canal da Peça, marketplace criado pela CWS, com todas as informações necessárias para a identificação correta do produto e decisão de compra”, acrescenta o executivo.

Desde o início de 2018 utilizando as novas ferramentas digitais, o executivo já enxerga mudanças significativas. “Podemos ver o quão prático e eficiente ficou para o eletricista escolher e comprar peças Gauss”, afirma.

Transformação em curto prazo

Mais do que uma ponte entre o consumidor e o lojista, o objetivo da Gauss é ajudar o aplicador em todos os aspectos que envolvem seu serviço, como informação técnica, suporte e atendimento.

“Para isso, a melhor maneira é usarmos as infinitas possibilidades que as ferramentas digitais nos permitem. Por conta disso, estamos montando uma estratégia integrada de comunicação digital, que envolve gestão de redes sociais, plataforma unificada de atendimento e suporte técnico, além de produção de conteúdos técnicos e divulgação através de todos esses canais”, diz.

O ouro do século XXI

Cláudio Doerzbacher, CEO da Gauss. Foto: divulgação.

“Já o trabalho com a CWS complementa toda essa ação com dados e especificações técnicas necessárias para guiar o cliente. Acreditamos que, em poucos anos, as informações só circularão pelos canais digitais”, afirma.

Varejistas de autopeças conectados

Assim como a indústria, o varejo tem abocanhado boa parte da integração digital do setor através das vendas pela internet com as informações dos próprios fabricantes. Isso tem gerado mais confiança para quem compra.

“Não tenho dúvida de que, em breve, o setor comprará mais online. A Gauss está fazendo esse movimento porque entende que os varejistas já estão nesse processo”, comenta. “É uma mudança que exige que a cadeia inteira de reposição se adeque. Não adianta só uma parte ‘ir para o digital’ e a outra ‘ficar no analógico’”.

Quem vende, só enxerga vantagens nessa parceria. “É muito legal quando o cliente chega na nossa loja através da indústria. Ele tem certeza do que quer, tem a informação precisa e a entrega no tempo combinado. É perfeito”, diz Emerson Martins, gerente da autopeças Molina, membro do Clube do Canal da Peça.

Lojistas que aderem nossa plataforma, além de terem sua loja com as informações de produtos corretas, vindas diretamente da fábrica, têm a chance de expor o portfólio nos portais das indústrias parceiras.

“Tenho bastante conversão por ter um portfólio grande. O mais interessante é que é a fábrica falando do seu próprio produto e isso faz todo o sentido para o setor”, garante Martins.

Para Doerzbacher, o varejista que é avesso ao mercado digital não precisa enxergá-lo como inimigo. Pelo contrário. “O aplicador, por mais que acesse às informações e faça compras online, vai precisar de um atendimento físico próximo, seja por questão de otimização de entrega ou pelo atendimento e suporte. Mas entendo que essas duas necessidades não são conflitantes e, sim, complementares.”

Mais vendas e informações na web

O consumo pela internet no Brasil vem ganhando força. Em 2018 não será diferente. De acordo com o relatório Webshoppers 37, revelado pela Ebit, o comércio eletrônico crescerá 12% este ano, chegando a cifra de R$ 53,5 bilhões.

Já a procura por autopeças na rede foi mostrada na 2ª edição do Estudo do Setor de Autopeças, realizada pelo Google, em que apontou que o setor no Brasil cresce ao ritmo de 40% ao ano, enquanto o varejo total apenas 25% no mesmo período.

As informações também têm contribuído com as vendas, já que são através delas que o reparador e o consumidor ganham mais confiança para fazer um pedido.

“Antes era muito limitado o acesso à informação, já que o catálogo impresso era atualizado apenas uma vez no ano. Hoje, o setor pode buscar informação instantaneamente e muito mais esclarecedora através de vídeos e informativos de produtos.”

Negócios em alta

Com sede em Curitiba, no Paraná, a Gauss mantém uma fábrica na China e atuação em mais de 50 países. Sua produção é surpreendente: da fábrica brasileira saem, anualmente, mais de três milhões de peças; enquanto da chinesa, mais de dois milhões. Com as máquinas a todo vapor, a crise que atingiu empresas em diferentes setores passou bem longe da companhia.

A fábrica da Gauss em Curitiba, no Paraná. Foto: divulgação.

“O segmento de reposição é mais estável por conta do principal fator de sua demanda, que é a existência de carros usados. Acabamos tendo muito êxito e crescendo 78% em três anos”, diz Doerzbacher.

Depois do Brasil, países como Colômbia, Paraguai e Bolívia são mercados fortes para a companhia brasileira, que quer ir mais longe. “Temos alguns representantes na América do Norte, Europa, África e Oriente Médio. Há um plano de abrirmos, em breve, um centro de distribuição na Europa Central.”

Nos anos 2000, com a valorização cambial, a China ganhou a atenção da Gauss. Com os produtos brasileiros mais caros no mundo e os importados mais baratos no Brasil, era hora de investir em uma fábrica fora do País.

“Assim, conseguimos continuar competitivos no mercado internacional e também reduzir o custo dos produtos vendidos no Brasil”, diz. Mas, com o passar do tempo, a fábrica passou a ser ainda mais estratégica para a empresa. “Ela nos permitiu acessar mais fornecedores de matérias-primas, aumentar nosso portfólio de produtos mantendo um padrão de qualidade que poucas empresas do Brasil conseguem obter ao importar da China”, explica.

Mais tecnologia no setor

Para o executivo, o setor de autopeças daqui a cinco anos terá que contar com o apoio, ainda maior, das soluções digitais. “O que está em constante mudança é a quantidade de referências e aplicações, dado a grande ampliação da frota circulante em quantidade e variedade”, diz.

“Para não se perder no meio de tanta informação, se faz necessário estar muito atualizado, seja com as demandas de mercado como com a importância de organizar tal complexidade de informações. Por isso, é fundamental o uso das ferramentas de comunicação e relacionamento digitais”, explica.

Já os planos da Gauss, para o mesmo período, envolvem sua consolidação na internet, mas sem deixar de lado o contato físico com o reparador. “Vamos investir, cada vez mais, nos meios digitais. Queremos continuar sendo a marca de confiança do aplicador de autopeças, entregando o melhor produto em custo-benefício e prestando o melhor atendimento possível, independentemente da ferramenta ou canal utilizado”, diz.

“Além disso, no ‘mundo físico’ vamos continuar promovendo visitas e palestras técnicas, participando de feiras e eventos, sempre ajudando nossos clientes no que precisarem”, finaliza.