Confira quais são os cursos que estão em alta e, ainda, as competências que deverão ser desenvolvidas para evoluir no mercado atual

Os recentes acontecimentos no mundo apontaram que os profissionais de hoje precisam ser resilientes às mudanças repentinas e disruptivas na sociedade.

A disrupção digital tem ditado um novo ritmo às companhias, que, agora, precisam atender às expectativas de seus clientes de forma rápida para não perderem seu espaço no mercado.

E, em tempos de mudança, é necessário desenvolver novas capacidades para se destacar profissionalmente. De acordo com o professor Wagner Sanchez, pró-reitor do Centro Universitário FIAP, três delas são fundamentais: resolução de problemas complexos, criatividade e inovação, e gestão de pessoas.

“O profissional de agora e do futuro precisa ser o grande condutor dentro das organizações na solução de problemas complexos e importantes, além de pensar logicamente para enfrentar os desafios provenientes das transformações digitais”, diz Wagner Sanchez.

Outro ponto é exercitar a criatividade e a inovação, uma vez que projetos digitais precisam de dinamismo para solucionar problemas e acompanhar tendências.

“Por fim, conseguir gerir pessoas e extrair o que cada membro da equipe tem de melhor trará ao profissional ótimos resultados de entrega de sua equipe”, analisa Sanchez.

É por conta de os projetos serem desenvolvidos em squads que se exige este dinamismo das pessoas dentro das equipes, promovendo, assim, um intercâmbio de habilidades e garantindo mais eficiência em seu desenvolvimento.

E, visando um mercado com mais projetos digitais em andamento, cursos ligados à inovação e à tecnologia serão cada vez mais valorizados. 

“Acredito que são muitas as profissões do futuro, principalmente se estiverem alinhadas às transformações digitais”, diz o professor.

Confira os 8 cursos curingas em tempos digitais:

1.Full Stack

Desenvolvedores full stack podem atuar em projetos de front-end e back-end, desenvolvendo funcionalidades e apoiando melhorias de interface junto aos clientes. Em algumas empresas, esses profissionais são responsáveis pelo desenvolvimento de projetos do início ao fim, e, ainda, pelas atualizações de serviços e produtos após a entrega dos mesmos.

Não por acaso, muitos profissionais são alocados para a área de UX (user experience) ou trabalham em conjunto com essa área para melhorar a experiência do cliente. Para quem almeja atuar com UX, Karel Tlach, head de user experience da CWS Digital, explica melhor a função.

“Auxiliamos no processo de evolução das plataformas e produtos, desde o entendimento da dor e necessidades do público e do negócio, aplicação de pesquisas, análise de métricas e interação, exploração dos artefatos de experiência do usuário, até a materialização dos insumos construindo interfaces e protótipos navegáveis que são testados e validados com os clientes e com a equipe antes de serem desenvolvidos. Todo esse processo é contínuo e infinito”, diz.

2.Engenharia da Computação

Este profissional é habilitado para desenvolver e construir hardware e software, o que significa que pode atuar com componentes físicos do computador ou na criação de programas de computadores e aplicativos.

Além dessas áreas, o engenheiro de computação tem capacidade para trabalhar com automação industrial e robótica, podendo criar desde sistemas para empresas e indústrias até robôs.

3.Inteligência Artificial

Em alta no mundo, uma das principais apostas na tecnologia, a Inteligência Artificial (IA) está presente em diversos cursos que visam desenvolver habilidades e competências para atuar em sistemas, serviços e produtos baseados no conceito – como carros autônomos, drones, robôs, dispositivos wearable etc.

Técnicas de Machine Learning e Deep Learning também fazem parte da grade, moldando o profissional para os desafios futuros.

“A inteligência artificial é a principal tecnologia hoje”, resume Adriano Mussa, diretor acadêmico de Pesquisas e de Inteligência Artificial da Saint Paul Escola de Negócios. “Acredito fortemente que a IA é a nova energia elétrica.”

4.Jogos Digitais

Não há dúvida de que o metaverso é a bola da vez no mercado tech. Considerado o “próximo capítulo da internet”, o conceito reúne um conjunto de tecnologias que têm, como pano de fundo, o Spatial Computing – em português, Computação Espacial.

Na prática, ao usar dispositivos como smartphones ou óculos especiais, o usuário é “transferido” a uma nova esfera. É como se o mundo ganhasse uma camada digital, que se sobrepõe à realidade física. O que parece ser coisa de séries e filmes de ficção científica está prestes a ganhar cada vez mais popularidade e se tornar algo comum na vida das pessoas.

Na era do metaverso, profissionais que desenvolvem jogos eletrônicos estão cada vez mais em ascensão. São profissionais capacitados para desenvolver tudo que envolve um jogo – personagens, roteiro, cenário, entre outros elementos. Há cursos de dois anos e graduação (Design de Games), com duração de quatro anos. Quem atua nessa área, mescla conhecimentos em tecnologia, informática e desenho.

Vale ressaltar que o metaverso abre portas para um mar de oportunidades para esses profissionais. Estima-se que há 2,8 bilhões de gamers no mundo que, somados, gastaram US$ 200 bilhões em jogos em 2021.

5.Cloud Computing

Outra área em franco crescimento, o profissional da área de computação em nuvem é habilitado para implementar infraestrutura para o acesso de produtos, serviços e informações que ficam alocados em nuvem. Esse mercado é a base para hospedar tudo que refere-se à Internet das Coisas (IoT) e Inteligência Artificial.

“As empresas estão transferindo mais aplicações de negócios para a nuvem, buscando melhorar a eficiência e manter a segurança enquanto gerenciam dados, serviços e fluxos de trabalho em um ambiente híbrido e multicloud”, diz Ana Paula Assis, gerente geral da IBM América Latina.

6.Data Science

A área de ciência de dados é, atualmente, fundamental para as empresas. Especialistas e analistas são responsáveis pela análise de dados e sua tradução, a fim de ajudar as empresas nas tomadas de decisões. São profissionais que aprendem estatística, modelagem e linguagens como Python, entre outras.

“É um pouco clichê dizer que os dados representam o futuro, mas, mesmo assim, continuo defendendo essa tese. Os dados já estão disponíveis e grande parte das empresas já toma decisões com base neles. A tendência é que com alguns outros avanços tecnológicos, como IoT, cada vez mais teremos essas tecnologias pra ajudar nas decisões, cuidar das nossas agendas, fazer compras etc. Através desses novos dados, os varejistas poderão aperfeiçoar as experiências de compra de seus clientes e oferecer jornadas mais completas”, opina Caio Simi, CEO da Orbit Data Science, empresa especializada em análises de dados.

7.Engenharia Mecatrônica

Considerada a engenharia do futuro, a Mecatrônica abrange tecnologias de mecânica, eletrônica e tecnologia da informação. Profissionais de mecatrônica podem criar e aplicar projetos de automação, desenvolver e operar máquinas, e ainda projetar sistemas para controle de equipamentos em indústrias e edifícios comerciais e residenciais.

Para quem visa essa carreira, é necessário ter habilidade com cálculos e gostar de trabalhar em equipe. Embora seja mais comum a atuação em indústrias, como química, automobilística, siderúrgica, petroquímica etc, este profissional também pode ser requisitado em empresas de outras áreas.

8.Marketing Digital

Fundamental nas empresas, a área de marketing ajuda a criar campanhas, produtos e serviços para o público-alvo de marcas de todos os segmentos. E, com a conectividade cada vez maior, o Marketing Digital se tornou ainda mais importante para impulsionar marcas e, principalmente, engajar consumidores.

Este profissional é responsável pela análise de mercado e de métricas e ajuda a criar estratégias para o crescimento da empresa na esfera digital. 

“O marketing aprendeu a duras penas que não podia lutar contra a digitalização e hoje colhe os frutos. Enquanto isso, outras áreas estão iniciando a jornada da transformação digital e podem aprender com as equipes de marketing”, opina o professor Wagner Sanchez.