Em entrevista à CWS Insights, um dos principais nomes do setor financeiro brasileiro comenta sobre a revolução no mercado de pagamentos e as novas soluções e tecnologias que prometem mudar, de vez, a vida das empresas e dos consumidores

O sistema financeiro brasileiro está passando por uma verdadeira revolução com as novas tecnologias, novos entrantes e soluções que vêm chegando em um ritmo acelerado. Quem desconfiava do potencial do digital, hoje, ao olhar para este mercado, não tem mais dúvidas: a digitalização veio, de fato, para ficar. E, tratando-se do mercado de pagamentos, o digital se torna ainda mais notável.

Segundo um relatório da empresa ACI Worldwideo Brasil registrou, só nos primeiros meses de 2021, 1,3 bilhão de pagamentos eletrônicos em tempo real, assumindo o oitavo lugar no ranking de países com maior volume de transações financeiras em tempo real, passando, inclusive, os Estados Unidos.

Em tempos de PIX e Open Banking, o Brasil tende a se destacar ainda mais no cenário mundial. Pelo menos, essa é a opinião de um dos nomes mais importantes do mercado financeiro.

Com mais de 30 anos de atuação no setor, Gueitiro Genso já viu e participou de muitas transformações neste mercado – desde o auge dos cheques, o desuso, cada vez maior, do dinheiro em espécie, passando pela ascensão das maquininhas de cartão até a recente febre das carteiras digitais.  No entanto, para ele, o momento atual representa um marco para a mais importante revolução no sistema financeiro dos últimos tempos.

“Esta transformação será protagonizada por quatro elementos: PIX, Open Banking, moedas digitais e inteligência artificial”, afirma.

Genso discute com propriedade quando o assunto diz respeito às novas tecnologias. Ele, que já ocupou cargos importantes, entre eles a vice-presidência do segmento varejo do Banco do Brasil e o posto de CEO do PicPay, atualmente tem se dedicado a estudar os impactos e as oportunidades que as novas tecnologias, especialmente a inteligência artificial, irão promover nas empresas e na sociedade. “Quero estar presente e participando, de alguma forma, das revoluções dos próximos dez anos. É esse o propósito que me move.”

Na entrevista a seguir, Gueitiro Genso comenta sobre as transformações do mercado, o potencial das novas tecnologias e analisa a arena competitiva entre fintechs e bancos tradicionais:

CWS Insights: O setor financeiro no Brasil está passando por uma verdadeira transformação. Como o sr. analisa o momento atual?

Gueitiro Genso: Eu acredito que o sistema financeiro está, sim, passando por uma transformação, mas uma transformação estrutural. Alguns fatores que estão promovendo essa transformação são comuns a todos os setores e a todas as marcas. Eu aponto o acesso à tecnologia pelas empresas e pelos consumidores.

Esse acesso traz um empoderamento do consumidor. Agora, 24 por 7, esse consumidor com smartphone na mão troca de marca em um simples download. Essa experimentação de novas marcas e esse poder do consumidor nas mãos resultam em um avanço dessa transformação. O novo consumidor anseia por novas experiências e quer conhecer novos players que estão colocando soluções no mercado.

Agora, em especial no sistema financeiro, estamos assistindo a um movimento que acelera tudo isso – ou que contribui para que tudo isso aconteça – que é o regulador. Estamos com uma agenda do Banco Central, há alguns anos, que é pró-competição, pró-educação financeira e pró-inclusão financeira. Várias medidas vêm sendo tomadas pelo BC. São medidas estruturantes que promovem isso.

Desde 2013 e 2014, já tivemos autorização para ter uma conta de pagamento que facilita muito as pessoas abrirem uma conta corrente. Nós tivemos as IPs, as instituições de pagamento podendo oferecer todos os serviços financeiros, além de diversas modalidades que o BC lançou para poder trazer novos competidores.

Por último, essas duas que estão em pleno funcionamento: uma há mais tempo que é o PIX, que democratiza o pagamento, e é uma plataforma que permite a conexão de todos os players, e o Open Banking. Tudo isso faz com que a gente assista uma nova arena competitiva sendo criada. Uma arena competitiva muito vibrante e que nela o consumidor está muito mais empoderado. Ele que decide, que é o dono dos dados, que é o dono da informação e pode escolher, agora, quem melhor provêm serviços. Então, de fato, estamos assistindo a uma grande transformação estrutural no sistema financeiro.

CWS Insights: O sr. deixou para trás uma carreira de anos em um banco tradicional para assumir uma fintech. Quais foram os principais desafios dessa transição?

Gueitiro Genso: Acho que os grandes desafios para quem está acostumado a tocar alguma operação tradicional e vai assumir uma startup são culturais. A gente vive numa empresa tradicional, aquela cultura do comando e controle, dos departamentos, das coisas organizadas por área; ao passo que uma startup é muito mais vibrante.

Ela nasce com uma desorganização criativa. É até um termo que eu venho falando. E é essa desorganização criativa que faz com que essa startup consiga ter seus MVPs, consiga testar rapidamente, construir seus produtos com o cliente, diferentemente de uma empresa tradicional que tem seu processo de criação de produto de forma linear, o que faz com que demore mais. Muitas vezes, o produto nem atende o cliente.

Então essa desorganização criativa, essa construção de produto junto com o cliente, passa por uma cultura de autonomia e confiança. É isso que precisa ser mantido nas startups. E à medida que, obviamente, a startup cresce, ela precisa ter o mínimo de governança. O desafio está em equilibrar a manutenção da energia dessa desorganização criativa com o mínimo de governança. Uma governança “soft”, pra que a empresa possa crescer, escalar e ter os controles necessários como qualquer companhia.

O grande desafio que eu vivi passa por isso, mas foi uma transição muito legal. Foi tudo o que eu queria viver, foi uma experiência maravilhosa e eu estou muito apaixonado pelo mundo das startups, tanto que tenho me dedicado muito a estudar a nova economia, os modelos agile, e tudo que cerca esse novo mundo.

CWS Insights: Por conta das fintechs e de novas soluções, os meios de pagamento vêm mudando muito. Hoje, o brasileiro tem acesso a várias plataformas, carteiras digitais, entre outras soluções, que têm ofuscado as maquininhas, que, até pouco tempo atrás, eram consideradas uma “revolução” no varejo. Elas ainda têm futuro no mercado?

Gueitiro Genso: De fato, o sistema de pagamentos no Brasil é muito vibrante. Se a gente olhar para 20 anos ou 30 anos atrás, tínhamos praticamente como meio de pagamento o cheque e o dinheiro. O Brasil é vanguarda em tecnologia, em soluções para melhorar a vida do consumidor e a vida das empresas.

As maquininhas realmente foram uma grande revolução, facilitaram a vida, criou-se todo um mercado em relação ao mundo cartão, ao mundo maquininha. Mas a tecnologia segue seu ritmo de disrupção, então, as novas formas de carteiras digitais, em especial o PIX, na minha visão, só vieram acrescentar ao portfólio de soluções.

Eu não vejo que vá acontecer rapidamente uma substituição ao que já existe hoje. O Brasil vai ter um histórico diferente do que ocorreu na China. No mercado chinês aconteceu uma migração direta do dinheiro para o mundo wallet, o mundo digital. Então não houve esse meio de caminho de revolução das maquininhas. Hoje, aqui, existe uma infraestrutura toda instalada. Eu vejo que essa infraestrutura de cartão e de maquininha vai se adaptar ao PIX e, inclusive, às moedas digitais que virão ali na frente.

Acredito que o grande desafio, nesse momento, não é substituir um pelo outro, mas sim que todos possam se unir para que a gente possa reduzir o custo da economia e da utilização do dinheiro em papel, que é muito grande ainda. Quando olhamos para agenda do PIX e das soluções que virão, elas ajudarão muito esse processo. Para se ter ideia de como isso é complementar, as próprias maquininhas já estão oferecendo dentro de seus terminais a possibilidade de pagar com PIX.

As maquininhas oferecem QR Code. Acho que estamos vivendo o mundo da complementariedade. E nessa nova arena competitiva, quem não tiver mindset para parceria, não vai conseguir sobreviver. Acredito que o Brasil é beneficiado por já ter uma infraestrutura bacana de maquininhas e agora vem o PIX para somar, que é uma plataforma que permitirá fazer muita coisa.

CWS Insights: Qual é o potencial do PIX? De que maneira os varejistas e os consumidores vão se beneficiar com essa modalidade?

Gueitiro Genso: Para mim, o PIX é uma das soluções mais inovadoras dos últimos anos no mercado. Porque, na verdade, o PIX cria um grande ecossistema que dá interoperabilidade para todos: carteira digital, banco, e, quando a gente olha para as soluções que já chegaram e estão para chegar, elas tendem a revolucionar a forma de pagamento, incluindo a forma de o varejo se organizar para receber e de as pessoas usarem soluções de pagamento.

Por exemplo, está vindo o PIX Saque e o PIX Troco, logo, as pessoas vão poder ir à padaria comprar pão e sacar dinheiro. O caixa da padaria vai se transformar em um terminal de saque. Varejistas vão poder oferecer solução de pagamento parcelado e vender a prazo, e eu não tenho dúvida de que vão ter players no mercado que vão criar produtos para garantir esse parcelamento.

Teremos crediário alavancado em PIX e, ainda, o PIX offline, que dá a possibilidade das pessoas pagarem com PIX mesmo sem conexão no celular. Sem contar que a usabilidade, a UX, do PIX é commodity. Eu não preciso que a pessoa que está recebendo o dinheiro tenha conta na mesma fintech ou banco que eu, e a experiência é a mesma. É um negócio sensacional que eu acho que muitos produtos e muitas soluções para os varejistas e para os consumidores serão criados pelos agentes do mercado a partir da plataforma do PIX.

CWS Insights: O que influenciou essa mudança tão rápida de comportamento dos consumidores na adoção de pagamentos digitais?

Gueitiro Genso: O brasileiro já é um consumidor muito ativo em adotar novas tecnologias, em especial as que vêm através do smartphone. Todos os agentes dos sistemas financeiros e de pagamentos já assistiam uma migração muito rápida das pessoas para a digitalização de serviços financeiros. Isso já vinha acontecendo com muita propriedade.

Só que, com o isolamento social, essa curva de adoção da tecnologia foi muito acelerada, porque as pessoas ficaram presas dentro de casa e precisam comprar e fazer seus serviços financeiros. Fomos acelerados para usar a tecnologia. Hoje, todo mundo usa o celular pra fazer algum tipo de transação.

E não só os consumidores, porque se os consumidores estão buscando as coisas no smartphone, pelo meio digital, necessariamente os empreendedores e as empresas também tiveram que acelerar sua digitalização – e a gente assistiu o e-commerce informal em muita coisa, muito acelerado também no plano de negócios das empresas.

CWS Insights: Acredita que as criptomoedas também terão vez no varejo brasileiro?

Gueitiro Genso: Eu acredito, sim, que as moedas digitais serão uma realidade no mercado brasileiro. O próprio BC vem dizendo que em breve vai colocar os parâmetros de sua moeda digital brasileira. Os bancos centrais do mundo inteiro estão trabalhando os marcos regulatórios para que isso aconteça e, em breve, isso também vai acontecer no Brasil.

Por isso que, na minha visão, cada vez mais as empresas vão ter que ter na sua cultura adaptabilidade. Já falamos de PIX, estamos no meio do processo de Open Banking, e já estamos falando de moeda digital. Moeda digital, blockchain, internet das coisas, 5G, todas essas tecnologias vão estar muito presentes no varejo brasileiro e as empresas e os empreendedores – tanto do varejo como do mercado financeiro – têm que estar preparados para poder acompanhar essa evolução, senão o negócio vai ser disruptado logo ali.

Não existe garantia nenhuma de que seu negócio, que é inovador hoje, vai ser inovador daqui a um ano, dado que novas tecnologias têm surgido muito rápido para beneficiar os consumidores e as empresas.

CWS Insights: As novas tecnologias têm impulsionado muitas mudanças na cultura dos bancos tradicionais e uma competitividade maior entre eles. Como essas instituições continuarão competitivas em um mercado onde crescem, cada vez mais, fintechs e startups?

Gueitiro Genso: Realmente a tecnologia tem impulsionado muitas mudanças. A gente já começa a assistir isso na cultura dos bancos tradicionais. Todas as agendas regulatórias pró-competição que o BC tem colocado também têm contribuído para essa aceleração da competitividade.

Eu acredito muito que essa transformação virá em benefício dos consumidores e da sociedade. Esse consumidor empoderado, que troca de marca 24/7, já não pode ser mais considerado de algum banco. Ninguém é dono do consumidor, do usuário ou do cliente e, isso, de fato, promoverá uma revolução nos próximos anos.

Gueitiro Genso: “Não existe garantia nenhuma de que seu negócio, que é inovador hoje, vai ser inovador daqui a um ano”. Foto: divulgação

Vamos assistir startups e fintechs que chegaram, que estão criando modelos de negócio com uma usabilidade impressionante perante os usuários, mas eu acredito muito que os cinco bancos tradicionais também estão fazendo o dever de casa para se tornarem muito mais competitivos nesta nova arena.

É óbvio que eles têm grandes desafios, como de estar com seus processamentos de dados em mainframe e não em nuvem, desafio de cultura, de mindset. Eu acredito muito que qualquer empresa tem que se tornar uma empresa de tecnologia. O mindset tem que ser de uma empresa de tecnologia. Só essas empresas irão sobreviver.

E também acredito muito que a gente vai acabar assistindo, no futuro, uma espécie de disputa de dois campeonatos, vamos chamar assim: um grupo de instituições vai se especializar na interface dos usuários, levando cada vez mais soluções alinhadas à experiência do usuário, e outro grupo de instituições muito mais focado em fabricar produtos.

Hoje, os grandes bancos acabam fazendo essas duas coisas. Vamos, então, assistir players se especializando. Alguns bancos até vão continuar fazendo as duas coisas e vão ser bons nas duas, mas a gente vai assistir cada vez mais essas duas partes de uma instituição.

CWS Insights: Na questão de crédito, seja para pessoa física ou pequeno empreendedor, qual será a estratégia dos bancos para continuarem relevantes?

Gueitiro Genso: Crédito existe desde que banco é banco, desde que mundo é mundo. O papel do banco é pegar recurso de quem tem sobrando e emprestar pra quem precisa. Essa atividade continuará sendo muito forte pra reter, trazer usuários e também pra monetizar.

Só que o que eu acho a partir da chegada do Open Banking, a partir da criação de empresas na economia digital, na economia de dados, os bancos ou as fintechs que quiserem ser muito relevantes nisso terão que implantar uma “fábrica de inteligência artificial”, que possa processar rapidamente dados, tanto estruturados como não estruturados, a fim de melhorar seu processo e seu algoritmo de concessão de crédito.

E esse crédito, na minha visão, precisa ser colocado em real time e omnichannel. Precisa estar onde o consumidor está. Se está fazendo PIX, se está pagando a prazo, é lá que o crédito precisa estar presente. Vamos assistir os players se organizando para conseguir fazer isso e, como crédito continuará sendo relevante, quem melhor organizar esse motor de processamento de dados de algoritmos é quem vai ganhar o jogo.

CWS Insights: Como analisa o Open Banking?

Gueitiro Genso: Open Banking, na verdade, vai conseguir resolver o problema de assimetria de informação. Hoje, um dos diferenciais de um player é conseguir ter o histórico de seus clientes. Histórico de tudo, em especial, de crédito. E, ao acumular essas informações, você tem condições melhores para avaliar seu cliente.

Quando ele vai a outro player para começar um relacionamento, é óbvio que ele tem menores condições. À medida que o BC promove uma revolução entregando o poder dos dados na mão do usuário, e ele vai poder portar esses dados do histórico dele para onde ele quiser, isso faz com que a gente acabe com essa assimetria de informações, fazendo com que a competitividade melhore muito.

Isso promoverá uma revolução muito grande nos próximos anos. Uma competição tremenda, porque está na mão do usuário entregar os dados para o player que melhor oferecer solução pra ele. Vamos dar condições iguais para novos entrantes, para o mercado como um todo, e na verdade vai beneficiar quem de fato interessa, que é o cliente, dono desse dado.

CWS Insights: Quais serão os desafios da implementação desse sistema?

Gueitiro Genso: Um dos desafios é processual. Os players se organizando para poder cumprir as exigências de entregar as informações para os usuários, para quem tem base de clientes. O segundo desafio é como organizar minha fábrica de inteligência artificial para pegar esses dados e conseguir criar uma nova experiência para o usuário, criar um produto mais adequado para ele, e não só os dados do Open Banking.

Como que eu pego os dados do Open Banking, que é commodity para todo mundo, e acrescento dados não estruturados e transformo isso em uma possibilidade de uma melhor experiência? O terceiro desafio é cultural, como que os players vão conseguir levar essa informação para o usuário. Como que o brasileiro vai entender e capturar o Open Banking como forma de melhorar sua busca por soluções financeiras? Eu colocaria esses três grandes desafios.

CWS Insights: Qual é o potencial da inteligência artificial no mercado financeiro?

Gueitiro Genso: A capacidade de coletar, processar e transformar dados em algoritmos e, depois, levá-los pra processos de negócios. Esse é o desafio e o potencial pra todos os setores. É óbvio que no setor financeiro é algo extremamente relevante, porque o setor trabalha com dados.

A capacidade de agregar valor para o cliente é exponencial. A capacidade de você transformar o seu negócio. Quanto mais você treinar o seu motor, treinar sua fábrica de inteligência artificial, mais vai ajudar você a oferecer uma experiência melhor para o cliente.

Ela vai propiciar que você modele o produto customizado para aquele cliente. Aqui, é uma corrida tremenda para que essa fábrica de coleta de dados, de processamento, e, principalmente, de transformação em processos de negócios, tenha um poder de criar muito valor, tanto para as companhias quanto para os clientes. Vamos assistir essa corrida nos próximos anos. E, na minha visão, não vai ter espaço para player que não conseguir colocar de pé uma fábrica de inteligência artificial, que eu estou chamando aqui de motor de dados.

CWS Insights: Qual será o futuro do mercado financeiro e de pagamentos no Brasil?

Gueitiro Genso: O sistema brasileiro de pagamento é vanguarda no mundo todo em criatividade e inovação. Com a aceleração da tecnologia, como o 5G, internet das coisas, blockchain, PIX, Open Banking e a moeda digital de fato sendo introduzida pelo BC, vamos ter uma espécie de infraestrutura consolidada de inovação que permitirá a criação de novos produtos e novas soluções que não temos nem ideia ainda.

Eu diria que uma “Plataforma Brasil de Inovação” está sendo criada dentro do sistema de pagamento brasileiro. E à medida que o BC patrocina tudo isso, e regula tudo isso, nós temos do outro lado empreendedores ávidos por criar novas soluções. O mercado brasileiro de pagamento vai continuar sendo muito vibrante e seremos laboratório para muitas tecnologias no mundo inteiro.