Equipes focadas em Business Intelligence (BI) têm sido fundamentais para garantir o sucesso de ações que visam a transformação digital. Saiba como a área pode alavancar sua empresa

Quando uma companhia passa pelo processo de transformação digital, a principal ferramenta para medir e acompanhar as estratégias implementadas são os dados. Através de uma análise aprofundada, é possível saber se determinada ação tem dado retorno ou, ainda, mudar a rota de um projeto para atingir os resultados com mais eficiência.

Equipes de Business Intelligence (BI) são essenciais para traduzir os números brutos que são coletados da plataforma. “É um pouco clichê dizer que os dados representam o futuro do varejo, mas mesmo sendo clichê, continuo defendendo essa tese. Os dados já estão disponíveis e grande parte das empresas já toma decisões baseadas neles. Através desses novos dados, os varejistas poderão aperfeiçoar suas experiências de compra e oferecer jornadas cada vez mais completas”, opina Caio Simi, CEO da Orbit Data Science, empresa especializada em análise de dados.

Não por acaso, companhias que desenvolvem projetos digitais têm áreas dedicadas a análises de dados, como forma de moldar estratégias de acordo com o resultado alcançado. Por exemplo, se determinada ação não obtém engajamento ou se não está funcionando como deveria, esses dados são traduzidos de uma forma clara para que a empresa consiga fazer os ajustes necessários.

“Nosso papel é desenvolver relatórios claros para que o cliente consiga acompanhar a evolução do projeto”, resume Rodrigo Nascimento, analista de Business Intelligence da CWS Digital.

Preço, estoque e logística

De acordo com o analista, uma das grandes vantagens para os clientes que desenvolvem projetos digitais com a empresa é ter acesso às análises da área de Market & Business Intelligence.

“A partir da interpretação dos dados derivam-se planos de ação”, comenta Nascimento, que dá suporte para empresas como Lavoro e Rodobens. “Desenvolvemos relatórios que contemplam panorama de vendas, GMV na plataforma e distribuição de pedidos por portfólio, abrangendo preço, estoque e logística.”

A inteligência de dados da plataforma consegue determinar qual lojista está próximo do usuário e, ainda, se ele terá estoque suficiente para atender sua demanda. “É possível ainda analisar o preço médio dos produtos e, se houver alguma discrepância, entramos em contato com o fornecedor para informá-lo do erro”, complementa.

Os dados são fundamentais para todos os setores, independentemente do mercado de atuação. O B2B, em especial, pode se beneficiar muito com o avanço de algoritmos que permitem entender os clientes desse segmento, que originalmente é mais difícil de ser acessado. E, em tempos de digitalização, essas análises têm se tornado cada vez mais valiosas para este mercado.

Através de um dashboard claro, o cliente tem mais munição para executar estratégias, fazer ajustes e desenvolver novas soluções. Imagem: Reprodução

Apenas 15% das companhias B2B sentem que têm uma visão completa de seus clientes e somente 19% dizem entender a jornada de seus principais consumidores, segundo um estudo da consultoria americana McKinsey.

No entanto, as que são líderes no digital têm usado cada vez mais ferramentas de Analytics e BI para aprimorar o conhecimento de seus consumidores e, com isso, desenvolver outras estratégias para equipes de marketing e vendas incorporarem em seu processo comercial – desde a captura de leads “frios” na internet, passando pela ativação via conteúdo, entendimento da necessidade do cliente, apresentação da solução e conversão em vendas.

Com a análise da equipe de BI, os dados se transformam em informações relevantes que são convertidas em planos de ação. Imagem: Reprodução

“Percebemos que, através de análises de dados, fica muito mais fácil os nossos clientes atingirem suas metas. Nosso acompanhamento é mensal e, com isso, conseguimos modificar as estratégias para melhorar as vendas e o engajamento – tanto dos clientes dos nossos clientes como dos vendedores”, acrescenta Rodrigo Nascimento.

Ferramentas poderosas

Além do uso de softwares de BI, como o Power BI, o Google Analytics também é uma ferramenta indispensável para ter uma visão completa do projeto digital. Através dela, é possível mapear o comportamento do cliente: de onde vem a busca para o site, por qual dispositivo, horário, sistema operacional, entre outras ações que, em tempos digitais , valem ouro.

“Conseguimos identificar quanto tempo determinado usuário ficou em uma página ou quais produtos ele tem interesse. Assim, nosso cliente consegue criar campanhas e estratégias mais assertivas, de acordo com o perfil do usuário”, afirma o analista.

Um dos principais gargalos tratando-se de vendas digitais é o abandono de carrinho. Sendo esse um problema recorrente em todos os marketplaces, a área de BI consegue fazer uma análise de quantos e quais usuários não finalizaram a compra e a razão. Com esse levantamento, a equipe de prospecção pode recuperar a venda de uma maneira mais efetiva.

Na CWS Digital, por exemplo, além do time de Customer Growth, que acompanha de perto o andamento dos projetos, existe a área de Customer Success (CS), que cuida especificamente da jornada do cliente. “Recentemente, identificamos o abandono de carrinhos no portal de um cliente e repassamos para o time de CS, que, prontamente, recuperou 25% do GMV do mês. O dado já estava pronto, só o transformamos em informação”, revela.

Na era da transformação digital, os dados são informações valiosas e essenciais para qualquer projeto. “Não adianta ter presença digital sem análise de dados”, frisa.

Para Cláudio Carvajal, coordenador acadêmico dos cursos de Administração, Gestão de TI e Marketing Digital do Centro Universitário FIAP, os dados ajudam as empresas a colocarem em prática as estratégias certas de acordo com a meta almejada.

“A informação e o conhecimento são a base para construção de estratégias sólidas em qualquer organização. A recomendação é que os gestores busquem conhecer as ferramentas disponíveis para expansão dos negócios num mundo cada vez mais digital”, afirma Carvajal.