Em entrevista ao Insights TV, o executivo analisa o agronegócio no cenário atual, a importância da digitalização no mercado de insumos e como imagina o campo no futuro

O agronegócio continua sendo uma das principais atividades econômicas do País, representando, atualmente, 27,4% do PIB brasileiro – a maior taxa desde 2004.

De acordo com análise do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo (Cepea-USP) em parceria com a Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA), o PIB avançou 8,36% em 2021.

Com o setor a todo vapor, a tecnologia é uma das bases principais para ajudar o agronegócio a continuar prosperando. Entusiasta de novas soluções digitais, a fabricante de máquinas agrícolas Valtra, que faz parte da companhia americana AGCO, tem embarcado cada vez mais soluções tecnológicas para melhorar a vida do produtor rural.

Em entrevista ao Insights TV, Alexandre Vinicius de Assis, diretor de vendas da Valtra, analisou o mercado digital no campo e a evolução do maquinário e do modo como produtores se relacionam com vendedores.

“Graças à tecnologia, o ganho de produtividade no campo tem sido muito rápido. Hoje, a gente já percebe que o produtor, seja ele pequeno, médio ou grande, está muito mais conectado e aberto às novas soluções digitais. Elas serão fundamentais para impulsionar a produtividade no campo”, diz Alexandre Vinicius.

De acordo com o executivo, tal conectividade, além de proporcionar uma evolução gigantesca nos maquinários, também tem promovido, aos produtores, maior acesso a informações e assertividade em suas decisões de compra.

“O produtor está muito mais preparado atualmente. Ele já vem com uma decisão (de compra) muito mais assertiva, já sabe o que procura. Consequentemente, exige que o concessionário esteja mais preparado para poder atendê-lo.”

A nova geração do campo

No videocast especial sobre o setor agro, o executivo também chama a atenção para a nova “safra” de produtores, que chegam para ajudar suas famílias no trabalho rural ou assumir completamente a operação.

“Vejo que estão chegando muitos jovens que estão preparados para receber todas essas novas tecnologias. É uma cabeça totalmente diferente. Mas, é claro, que é preciso reconhecer todo o trabalho e esforço das gerações anteriores”, diz Alexandre Vinicius. “Diferentemente do que ocorria há alguns anos, a nova geração quer ficar no campo e tocar o negócio da família.”

Embora seja uma realidade em outros mercados, as máquinas autônomas, para o executivo, ainda estão longe de operarem, em massa, nos campos brasileiros.

“Não as vejo no curto prazo, muito pela questão da segurança. É difícil, hoje, imaginar uma máquina sem ter nenhum operador, caso aconteça um problema. Mas, em médio prazo, acho que é uma tendência. É uma questão de adaptação”, opina. “No médio prazo, será possível não ter mais ninguém no campo e operar via ferramentas digitais à distância.”

Relacionamento mais digitalizado

Quando abordado sobre o relacionamento digitalizado entre vendedores e produtores, Alexandre Vinicius acredita que a pandemia ajudou a acelerar essa questão. “Foi um desafio, mas, durante o isolamento social, conseguimos continuar próximos dos nossos clientes através da ‘Valtra Online’, uma iniciativa onde salas virtuais foram criadas para reuniões e treinamentos com os clientes”, diz.

Alexandre Vinicius, da Valtra: “Hoje, a gente já percebe que o produtor, seja ele pequeno, médio ou grande, está muito mais conectado e aberto às novas soluções digitais”. Foto: Leticia Tavares

Segundo o executivo, só no ano passado, mais de duas mil salas foram criadas, conectando o time da fábrica, concessionários e produtores. Ele também vislumbra a compra de insumos cada vez mais digital.

“A questão de um marketplace de itens que já fazem parte da operação do produtor também está bem consolidada. Acredito que, através de uma plataforma unificada, será possível fazer pedidos e até solicitar manutenções.”

Tecnologia 5G

Com a chegada do 5G no campo, não há dúvida de que novas soluções e iniciativas serão colocadas em prática, o que impulsionará, ainda mais, o agronegócio no Brasil e no mundo.

Para o diretor de vendas da Valtra, o 5G será um grande impulso para todas as pontas deste setor.

“Fazemos parte da ConectarAgro, que é uma associação de empresas do campo e de telecomunicações, que fomenta a expansão da conectividade rural. A partir do momento que o campo tiver mais cobertura, o agro terá um ganho gigantesco de produtividade, pois além de permitir que o produtor tenha mais controle pelo smartphone, terá muito mais conexão entre os profissionais da cadeia”, afirma Alexandre.